-
Ministro Pede Demissão Após Aparecer Em Vídeo Da Invasão Do Planalto
-
Gonçalves Dias pode ter sido complacente com alguns manifestantes, como mostram as imagens
- Por Anderson Santos
- 20/04/2023 01h06 - Atualizado há 1 ano
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, o general Gonçalves Dias, pediu demissão nesta quarta-feira (19) após aparecer em um vídeo das invasões no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.
A demissão foi anunciada após uma reunião com o presidente Lula e os chefes de outros ministérios. Gonçalves Dias é o primeiro ministro a deixar o cargo no atual mandato de Lula.
Segundo Dias, ele estaria no Planalto para retirar os manifestantes e disse que suas imagens nas gravações ficaram fora do contexto.
"Eu entrei no palácio depois que o palácio foi invadido e estava retirando as pessoas do 3º e 4º piso, para que houvesse a prisão no 2º", afirmou.
Vídeo
A atuação do general durante a invasão em 8 de janeiro, na sede dos Três Poderes, foi alvo de muitas críticas.
O vídeo mostra Gonçalves Dias e outros funcionários do GSI andando normalmente entre os invasores no Palácio do Planalto.
Alguns funcionários do GSI até conversam com os invasores e os cumprimenta. Em um trecho do vídeo os vândalos recebem água dos funcionários.
Justificativa Do GSI
O Gabinete de Segurança Institucional divulgou uma nota para justificar a presença de Gonçalves Dias no Palácio do Planalto:
"A respeito de reportagem veiculada no dia de hoje, sobre os ataques do 8 de janeiro, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) esclarece que as imagens mostram a atuação dos agentes de segurança que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar, onde, após aguardar o reforço do pelotão de choque da PM/DF, foi possível realizar a prisão dos mesmos", explicou o GSI.
A secretaria de Comunicação da Presidência informou que , durante a invasão, equipes que ainda pertenciam à gestão anterior estavam no local, mas foram afastados posteriormente.
"A violência terrorista que se instalou no dia 8 de janeiro contra os Três Poderes da República alcançou um governo recém-empossado, portanto, com muitas equipes ainda remanescentes da gestão anterior, inclusive no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que foram afastados nos dias subsequentes ao episódio".
Os Militares
Imagem: reprodução
O Gabinete de Segurança Institucional é o órgão responsável pela segurança das instalações da Presidência da República. Ele é formado, em sua maioria, por militares.
Até o início deste ano o GSI também fazia a segurança particular do presidente e seus familiares. Mas Lula optou por seguranças compostos por policiais federais logo que começou o seu mandato.
Lula vem tentando evitar a atuação de militares no núcleo da administração federal. Talvez por receio, visto que a quantidade de militares que participaram do governo Bolsonaro deixou a impressão de que parte das Forças Armadas apoia um lado partidário.
Nos vídeos da invasão, notou-se que o então comandante do Batalhão de Guarda Presidencial (BGP) pediu que a PM-DF “recuasse” diante dos manifestantes.